Nos finais dos anos 80, era habitual crianças e adolescentes de Perre frequentarem escolas de música de freguesias limítrofes. Os pais que as acompanhavam debatiam frequentemente a possibilidade de formarem uma associação que promovesse o ensino da música e a ocupação dos tempos livres dos seus filhos. No terceiro sábado do mês de outubro de 1988, Tiago Ruivo, incentivado por Domingos Gomes Borlido, presidente da extinta Escola de Música de Santa Marta de Portuzelo, iniciou contactos, realizando a primeira reunião em casa de Eugénio Pereira de Campos.
A 6 de janeiro de 1989, no Salão Paroquial de Perre, com o apoio do Padre Alberto Martins, constituiu-se a Comissão de Arranque, responsável pela elaboração de Estatutos e Regulamento Geral Interno.
A primeira aula foi lecionada em outubro de 1989, com a presença de 134 alunos, distribuídos por aulas de solfejo para iniciados, solfejo prático e turma de teclados e acordeões. Os primeiros professores, Abílio Gonçalves Roque e Luís Montenegro Monteverde, começaram a desenvolver o seu trabalho, organizando e orientando o elevado número de alunos com o objetivo imediato de formar uma Orquestra Ligeira. Após seis meses de árduo e intenso labor, a 11 de maio de 1990, a escola apresentou-se publicamente no programa da Rádio Alto Minho “Por Terras do Alto Minho”.
Com simplicidade e dedicação, nasce então a Escola de Música de Perre.
No dia 5 de outubro de 1990, foi eleita a primeira direção encabeçada por Tiago Gonçalves Ruivo.
Desde o início de atividade, o trabalho desenvolvido tem-se baseado na qualidade e exigência, apostando-se numa equipa pedagógica qualificada e na aquisição de instrumentos, equipamentos e materiais pedagógicos adequados. Atualmente, a associação promove vários níveis de formação:
- Iniciação musical;
- Formação musical graus 2 e 3;
- Instrumento graus 1 (iniciação ao instrumento), 2 e 3;
- Classe Conjunto (Orquestra, Grupo de Câmara, Classe Orff e Aula de Combo).
Os principais instrumentos musicais praticados são:
- Teclas: Teclado eletrônico;
- Sopro: Trompete, Trombone de varas, Flauta Transversal, Saxofone Alto, Saxofone Tenor, Clarinete e Acordeão;
- Cordas: Guitarra Clássica e Baixo Elétrico;
- Percussão.
Os primeiros materiais e instrumentos adquiridos foram um teclado, uma bateria e estantes, sendo que o teclado foi oferta do Padre Alberto Martins, como forma de incentivo à formação de novas organistas. As estantes de madeira, fabricadas pelo carpinteiro Daniel Martins Ruivo, tinham a particularidade de permitirem a sua utilização por vários alunos em simultâneo. As primeiras estantes individuais, em metal, que ainda perduram, foram elaboradas artesanalmente por Luís José Gigante Amaro.
Em 1991, foi realizado um peditório com o intuito de adquirir equipamento sonoro. Este peditório foi realizado em todos os lugares da freguesia, aos quais a orquestra recém-formada chegava em cima de uma carrinha de caixa aberta conduzida pelo secretário de Assembleia Geral, Tiago Lima, aos domingos de manhã. Nos últimos anos, através de apoios da Fundação INATEL e Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), a escola foi reunindo no seu património material, vários instrumentos e equipamentos de som e luz. Os instrumentos são utilizados numa primeira fase de aprendizagem, aquando da experimentação e adaptação. Após este período, normalmente de 12 a 24 meses, os alunos adquirem o seu próprio instrumento.
As aulas são lecionadas aos sábados de manhã, no Salão Paroquial de Perre.